Eficiência energética exige menos recursos que geração própria.
Levantamento feito pela Comerc ESCO revelou que investir em ações para diminuir o consumo de energia tem melhor custo-benefício do que a geração de energia local

Débora Anibolete, para o Procel InfoRio de Janeiro – Quando o assunto é reduzir o consumo de energia em ambientes comerciais, uma das principais alternativas buscadas é a implantação de sistemas de geração local, que permitem que as empresas possam garantir sua demanda de forma sustentável, e, ao mesmo tempo, driblar as altas tarifas cobradas pelo fornecimento de energia elétrica. Entretanto, apesar do entendimento comum sobre esse tema e do crescimento de investimentos do tipo no país, essa pode não ser a opção mais vantajosa a ser adotada. Ou, pelo menos, não deve ser a primeira. Foi o que revelou uma pesquisa divulgada recentemente pela Comerc ESCO, empresa do Grupo Comerc Energia especializada em eficiência energética. De acordo com o levantamento, o custo-benefício do investimento em soluções de eficiência energética é superior ao de projetos de geração. A empresa, no entanto, não exclui a indicação da autogeração, mas recomenda que, antes de investir nesses sistemas, é importante tornar o consumo eficiente, para que tanto recursos energéticos quanto financeiros não sejam desperdiçados. 

O estudo considerou os dados de mais de 40 projetos realizados para clientes da empresa. De acordo com o presidente da Comerc ESCO, Marcel Haratz, com essas informações em mãos, foram analisados os custos médios de implantação e os prazos de retorno de investimento de projetos de geração de energia e eficiência energética. Assim, foi possível chegar à conclusão de que economizar energia exige menos recursos e é mais eficaz na redução dos gastos do que a geração no próprio local de consumo. 

“A autoprodução de energia vem se tornando cada vez mais popular no Brasil, devido à possibilidade de redução no custo da energia e dos impactos no meio ambiente. No entanto, um sistema de autoprodução não reduz desperdício de energia – essa é uma função dos projetos de eficiência energética. Nesse estudo, nós concluímos que eficiência energética, portanto, deve ser o primeiro passo para otimizar o consumo e os gastos com energia elétrica. Identificar o consumo real, corrigir questões que levam ao desperdício (por exemplo, substituindo aparelhos ultrapassados por outros mais modernos e com tecnologias mais avançadas). Feito isso, caso o consumidor opte por um projeto de autoprodução, ele certamente será otimizado. Eficiência energética e autoprodução são complementares”, destaca Haratz. 
Levantamento analisou 40 projetos e concluiu que economizar energia exige menos recursos do que a geração no próprio local de consumo
Em outras palavras, a Comerc ESCO aponta que, em casos em que ocorre desperdício, investir em autogeração pode não ser efetivo. Não adianta gerar energia, se parte dessa produção é jogada fora. Logo, o melhor caminho é primeiro adequar o consumo energético e só então investir em geração, para garantir que essa energia possa ser aproveitada da melhor forma. 

“A prerrogativa dos projetos de eficiência é produzir mais, utilizando menos recursos. Por isso, antes de investir em autoprodução, é fundamental saber qual seu consumo real de energia. Vamos supor que uma empresa consuma mensalmente 1000 MWh e, ao realizar um projeto de eficiência energética, identifique que 20% dessa energia é desperdiçada devido ao uso de equipamentos desgastados ou em mau funcionamento. Seu consumo, na realidade, é de 800 MWh/mês. É esse valor que deve ser considerado em um sistema de autoprodução. Se isso fosse feito antes do projeto de eficiência energética, o sistema produziria mensalmente 200 MWh que seriam desperdiçados”, explica Marcel Haratz. 

Vale ressaltar que a eficiência energética pode ser adotada de diversas formas nas empresas, de acordo com as particularidades de cada caso. Soluções para iluminação, refrigeração e substituição de equipamentos por modelos mais eficientes são apenas algumas das opções disponíveis, sendo aconselhável a contratação de um serviço especializado para indicar as melhores estratégias. Segundo o presidente da Comerc ESCO, implementação de um projeto adequado pode ajudar a aumentar a produtividade, reduzir custos e tornar a operação das empresas mais sustentável. 
Soluções para iluminação, refrigeração e substituição de equipamentos por modelos mais eficientes são apenas algumas das opções disponíveis antes de iniciar um projeto de geração própria de energia
Marcel Haratz destaca, no entanto, que, apesar de tantos benefícios, o mercado de eficiência energética no país ainda está aquém da sua capacidade. Ele aponta que, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), entre os anos de 2005 e 2018 o Brasil se tornou 14% mais eficiente em energia, por outro lado, as taxas de desperdício energético dos setores de comércio e indústria são extremamente altas, ficando em torno de 23TWh. Haratz alerta que o desperdício de energia também representa perda financeira, além de trazer consequências para o meio ambiente. Assim, ele indica que investir nessa área é importante para a saúde financeira das empresas, principalmente no momento atual, no qual muitas enfrentam desafios trazidos pela pandemia do coronavírus.

“Reduzir despesas é o objetivo de todo gestor. E, em um momento de crise, isso se torna primordial. Mas isso precisa ser feito sem ter impacto na produção. E implementar projetos de eficiência energética nesse momento pode ser estratégico, já que, além da economia decorrente da redução do desperdício, a empresa ainda ganha em produtividade. Com isso, a economia é garantida – e, caso ele opte por uma solução de autogeração, como solar, haverá economia na implementação do projeto e no custo da energia, além dos benefícios da utilização da energia limpa e renovável. Por isso, eficiência energética e geração de energia devem ser complementares”, reafirma o presidente da Comerc ESCO.

Fonte: PROCEL INFO.

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